Atos no Dia Internacional do Trabalhador antecipam a luta que será travada em dois momentos importantes: as eleições de outubro e a Campanha Nacional 2018 da categoria bancária. Em comum, a mobilização contra retrocessos no país
O 1º de Maio é um movimento de todos os trabalhadores e pode inspirar, como resultado de muitas mãos, muitas lutas e muitas histórias. A data decorre de uma greve deflagrada em 1886 por um grupo de operários para reivindicar oito horas de trabalho, oito horas de sono e oito horas de lazer. O palco dessa rebelião foi Chicago (EUA), mas rapidamente as manifestações tomaram conta das principais cidades norte-americanas, numa verdadeira babel de linguagens que refletiam a disposição de quem não aguentava mais trabalhar 16 horas seguidas.
Desde então, mais do que uma data, o 1º de Maio é uma vocação, tornando-se cada vez mais uma crônica de milhões de seres humanos e de milhares de revoltas. No Brasil, neste ano de 2018, a comemoração do Dia Internacional do Trabalhador promete ser histórica. Será de resistência, luta e afirmação, em defesa dos direitos, da democracia e da soberania nacional. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), em parceria com as demais centrais sindicais do país, irá realizar atividades em todas as capitais. A principal delas ocorre em Curitiba (PR), quando haverá um ato unificado cujo mote é a defesa dos direitos e da democracia.
Os atos do 1º de Maio vão lembrar que, do ponto de vista estratégico, não pode haver uma luta individual. As lutas, a exemplo de todas as que os empregados da Caixa Econômica Federal travam em defesa do caráter 100% público do país, têm que ser coletivas. Essa mobilização, no âmbito do país, da empresa e do movimento associativo dos empregados, é o principal termômetro para a busca da paz, da igualdade e da justiça social. Uma democracia significa direitos e igualdade para todos.
Apenas uma mudança radical da atual política econômica será capaz de criar um ambiente de desenvolvimento sustentável para o Brasil, além de fazer com que os bancos públicos voltem a atuar como financiadores de setores e projetos estratégicos, para retomar uma dinâmica de ampliação da demanda agregada da economia. Assim, o ciclo de dominação das elites do atraso, representadas pelo ilegítimo governo Michel Temer e seus aliados, tenderá a ceder espaço para uma democracia que vem de baixo, participativa e inclusiva.
O 1º de Maio traduz um ciclo de lutas seculares dos oprimidos contra os opressores. Muito sangue e suor vêm sendo derramados pela classe trabalhadora em todo o mundo para a conquista de direitos e de uma vida digna. Sai século, entra século, parece inegável que a organização autônoma de todos os trabalhadores está sempre posta, apesar dos que a querem negar, como nunca antes. Nesse particular, o 1º de Maio permanece como uma preciosa fonte de inspiração e de debate sobre a velha questão do que fazer.
Para este ano, diante da premência de entender o Brasil, a Caixa e todo o patrimônio público de modo crítico, tornou-se mais necessário lutar contra o retrocesso nestes tempos de cinismo e mentiras. Uma ação se impõe: unificar as bases em defesa de avanços para quem faz a economia girar, os trabalhadores e a população.
Como a cada dia surgem novas ameaças contra a Caixa 100% pública e contra os direitos dos trabalhadores, a alternativa de resistência apontada pelo presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, é a mobilização permanente. Segundo ele, este é um importante momento de reflexão sobre o país que a classe trabalhadora quer para o próximo período. Haverá eleições em outubro e a categoria bancária irá deflagrar campanha salarial em um cenário adverso, com reforma trabalhista, terceirização indiscriminada e retirada de direitos.
De todo modo, no caso dos empregados da Caixa e de outros bancários, a saída para preservar conquistas é a mobilização na Campanha Nacional 2018. Existe um desafio comum: todos juntos, nenhum direito a menos!